
Moo, a vaca que não gostava de ser incomodada!
Moo vivia em uma linda fazenda, era a fazenda do Seu Zeca. Sua vida, na maioria das vezes, era bem tranquila. Gostava de passear pelo campo, conversar com os demais animais e deitar-se na grama debaixo da sombra de uma árvore. Não tinha do que reclamar, a não ser quando os netinhos de Seu Zeca estavam por lá, pois eles não a deixavam em paz. Era o tempo todo atrás de seu leite e Moo não gostava de ser incomodada!
Os netinhos de Seu Zeca gostavam do leite da Moo, pois ele era bem quentinho e saboroso. Por isso, sempre que estavam por lá, corriam e pediam para o vovô tirar o leite da Moo. Ela não podia descansar, pois, a todo momento, Seu Zeca estava tirando seu leite e dando aos netinhos, que queriam sempre mais!
Já estava muito irritada com tudo isso e resolveu fugir. Pulou a cerca da fazenda e seguiu seu caminho. Já estava anoitecendo; só iriam notar sua fuga pela manhã, e, quando percebessem sua falta, ela já estaria longe, muito longe dali. Agora sim, ela teria paz e não seria mais incomodada por aquelas crianças que pareciam nunca ter bebido leite antes.
Moo foi andando e, conforme ficava cada vez mais escuro, ela nunca tinha saído à noite e achava tudo muito estranho. Os sons dos animais não eram os mesmos durante o dia. Onde estavam os passarinhos? Onde estava pisando? O frio estava grande, e ela pensou: ‘Onde irei dormir?’ Já estava arrependida de ter fugido e queria voltar para seu cantinho quentinho e seguro na fazenda, mas para que lado iria? Já estava perdida! Deitou onde estava e ficou a pensar na grande besteira que tinha feito; ela era feliz sem saber. Aquelas crianças queriam beber o seu leite porque era saboroso, e ela só pensava em si mesma, em suas horas de descanso, em não ser incomodada! Estava perdida, no escuro, sem proteção, e ali mesmo adormeceu.
No dia seguinte, acordou com o sol e percebeu que não tinha andado muito, conseguia ver a cerca da fazenda. Correu de volta o mais rápido que pôde, pulou a cerca e voltou ao seu cantinho. Estava feliz, pois pôde consertar a besteira que tinha feito. Em pouco tempo, Seu Zeca chegou com seus netinhos para tirar seu leite e, pela primeira vez, sentiu uma alegria imensa em poder saciar a sede daquelas crianças com seu leite. A partir daquele dia, nunca mais reclamou de nada, absolutamente nada!
MINÉIA PACHECO
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